segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Centrais sindicais querem criar fundo anticrise com dinheiro do FGTS


Por: Luana Lourenço, da Agência Brasil 
Publicado em 06/08/2012, 18:28


Brasília – As centrais sindicais querem usar recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para criar um fundo de socorro ao setor privado para manter empregos durante períodos de crise. A proposta foi apresentada hoje (6) ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e, de acordo com as centrais, têm a “simpatia” do governo, trabalhadores e do empresariado.

O fundo faria parte do Programa Nacional de Estabilização e Manutenção do Emprego e Renda, com ações para evitar demissões em massa em períodos de crise financeira, como a de 2008/2009 e a atual. Os recursos do FGTS são usados para habitação popular, infraestrutura urbana e saneamento básico.

A ideia é compor o fundo com parte dos recursos depositados no FGTS em casos de demissão sem justa causa. Por lei, a multa nesses casos é 40% sobre o saldo do trabalhador, mas desde 2001, passou a ser de 50%, para aumentar a liquidez do FGTS. O adicional tem data de validade até o fim de 2012, e a partir 2013 a multa voltaria a ser 40%.

O que as centrais propõem é que o adicional de 10% seja mantido e esse dinheiro vá para o novo fundo de socorro às empresas. Pelas contas das centrais, a arrecadação pode chegar a R$ 3 bilhões por ano. Pela proposta, o empresário se comprometeria a não demitir e poderia usar o dinheiro do fundo em casos de redução da jornada de trabalho, de parada total da produção e de liberação dos empregados por tempo determinado.

O objetivo, segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, é evitar situações como a da crise de 2008/2009, em que mais de 220 mil trabalhadores foram demitidos e a ameaça atual de demissões no setor metalúrgico em São José dos Campos. “Nessas crises, geralmente o que acontece é a diminuição dos postos de trabalho, o que acarreta uma paralisia na economia brasileira, que acarreta crises sociais. E aqui no Brasil não temos um instrumento que consiga fazer com que a gente passe por essas crises de maneira mais tranquila”, disse Freitas. Segundo ele, a inspiração para a proposta são experiências alemãs de manutenção do emprego em momento de crises.

A criação do fundo depende da aprovação do Congresso Nacional, o que, na avaliação do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, não seria problema, apesar do calendário eleitoral, que reduz o ritmo de votações. “A vantagem é que os trabalhadores têm simpatia por essa proposta, o governo tem e os empresários também, aí a coisa já fica mais fácil. Nós aproveitaríamos esse consenso para aprovar. Quando você tem consenso entre empresariado, governo e movimento sindical, essa votação é muito rápida, se vota de um dia para o outro”.

Segundo as centrais, o governo vai avaliar a proposta e o assunto voltará a ser discutido em nova reunião ainda este mês. Além da CUT e CTB, representantes da Força Sindical, da Nova Central e da União Geral dos Trabalhadores (UGT) participaram do encontro de hoje.


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Salário médio de admissão tem aumento real de 5,9% no semestre

Brasilia, 20/07/2012 - Os salários médios de admissão apresentaram um aumento real (já descontada a inflação medida pelo INPC) de 5,90% no primeiro semestre do ano, passando de R$ 946,79 em 2011, para R$ 1.002,64 em 2012, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Por gênero, o crescimento real do salário médio de admissão obtido pelos homens foi de 5,94%, ante um aumento mais favorável às mulheres, de 6,15%. Com esse resultado, a relação entre os salários reais médios de admissão feminino versus masculino passou de 86,25% em 2011 para 86,42% em 2012.


Em termos geográficos, os dados do Caged apontam elevação generalizada entre as vinte e sete Unidades da Federação. Os estados que apontaram os maiores ganhos reais foram: Acre (+13,48%), Sergipe (+9,92%), Pará (+9,18%), Rio Grande do Norte (+8,92%), Pernambuco (+8,41%), Distrito Federal (+8,32%) e Mato Grosso (+8,19%).


Os dados mostram tendência de crescimento nos salários médios reais de admissão no período de 2003 a 2012, com aumento real de 40,92%, ao passarem de R$ 711,51 para R$ 1.002,64, respectivamente. Esse resultado decorreu do aumento de 44,62% para os homens e 35,73% para as mulheres.


UF -
O estado do Acre obteve a maior relação (97,23%), enquanto em Rondônia verificou-se a menor representatividade (80,95%); por outro lado, houve melhora no estado de Rondônia (78,75%), em relação a 2011, quando essa proporção era menor em 2,20 pontos percentuais.

Escolaridade - Por grau de instrução, todos os níveis de escolaridade, segundo o gênero, registraram ganhos reais nos salários médios de admissão, no primeiro semestre de 2012.


Os dados do Caged apontam, no semestre, uma maior representatividade das mulheres nas faixas de escolaridade mais baixas, desde o nível de Analfabeto (92,88%), até o Quinto Ano Completo do Ensino Fundamental (82,89%).


Por outro lado, verificam-se nos níveis de instrução Superior Completa (61,18%) e Superior Incompleta (78,55%), nos quais o número de mulheres é maior que o de homens, as menores representatividades na relação dos salários femininos/masculinos.