Assédio moral ou violência moral no trabalho não é um fenômeno novo.
Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho. A novidade reside na
intensificação, gravidade, amplitude e banalização do fenômeno e na abordagem
que tenta estabelecer o nexo-causal com a organização do trabalho e tratá-lo
como não inerente ao trabalho. A reflexão e o debate sobre o tema são recentes
no Brasil, tendo ganhado força após a divulgação da pesquisa brasileira
realizada por Dra. Margarida Barreto.
Núcleo de
Estudos sobre a Mulher Simone de Beauvoir (NEM), da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte (UERN) divulga um estudo realizado no ano passado e
intitulado "As expressões da violência contra a mulher na esfera do
trabalho: Um estudo junto às comerciárias de Mossoró".
A
pesquisa, que enfocou questões referentes ao assédio sexual e moral,
revelou que 71,1% das 45 mulheres entrevistadas declararam já ter sofrido
assédio moral e 15,5% delas confirmaram já ter sofrido assédio sexual.
O estudo
foi coordenado pela professora do Departamento de Serviço Social da Uern
(FASSO), dra. Fernanda Marques, juntamente com a doutoranda Ilidiana Diniz. O
NEM contou com o apoio da universidade como trabalho de iniciação, envolvendo
bolsistas. Ao todo, 45 mulheres foram entrevistadas, sendo 17 funcionárias de
supermercados, 12 de lojas de departamento e 16 do comércio do Centro de
Mossoró. Além do fato de ter sido coordenada pelo NEM, a justificativa para
escolha do público alvo se dá por 70% do comércio de Mossoró ser formado por
mão de obra feminina.
Por medo
de perderem seus empregos, as mulheres só concordaram em responder o
questionário mediante assinatura de termo, por parte das pesquisadoras, de que
manteriam suas identidades sob sigilo, tendo em vista que elas permanecem nas
empresas onde sofreram os assédios.
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