quarta-feira, 4 de julho de 2012

Estudos apontam assédio contra comerciárias

Assédio moral ou violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho. A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e banalização do fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo-causal com a organização do trabalho e tratá-lo como não inerente ao trabalho. A reflexão e o debate sobre o tema são recentes no Brasil, tendo ganhado força após a divulgação da pesquisa brasileira realizada por Dra. Margarida Barreto. 

Núcleo de Estudos sobre a Mulher Simone de Beauvoir (NEM), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) divulga um estudo realizado no ano passado e intitulado "As expressões da violência contra a mulher na esfera do trabalho: Um estudo junto às comerciárias de Mossoró". 

A pesquisa, que enfocou questões referentes ao assédio sexual e moral, revelou que 71,1% das 45 mulheres entrevistadas declararam já ter sofrido assédio moral e 15,5% delas confirmaram já ter sofrido assédio sexual. 
O estudo foi coordenado pela professora do Departamento de Serviço Social da Uern (FASSO), dra. Fernanda Marques, juntamente com a doutoranda Ilidiana Diniz. O NEM contou com o apoio da universidade como trabalho de iniciação, envolvendo bolsistas. Ao todo, 45 mulheres foram entrevistadas, sendo 17 funcionárias de supermercados, 12 de lojas de departamento e 16 do comércio do Centro de Mossoró. Além do fato de ter sido coordenada pelo NEM, a justificativa para escolha do público alvo se dá por 70% do comércio de Mossoró ser formado por mão de obra feminina.
Por medo de perderem seus empregos, as mulheres só concordaram em responder o questionário mediante assinatura de termo, por parte das pesquisadoras, de que manteriam suas identidades sob sigilo, tendo em vista que elas permanecem nas empresas onde sofreram os assédios.

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